segunda-feira, 8 de novembro de 2021

diário:

INSEGURANÇA de acordo com o dicionário, é um substantivo feminino que significa:"1. Condição, particularidade ou característica do que é inseguro.2. Sem segurança; em que há perigo; periculosidade.3. Acometido por um sentimento de desamparo; sensação de não se estar seguro e/ou protegido.4. Falta de convicção ou segurança em si próprio; durante o discurso, sentiu-se a sua insegurança."Hoje eu estou me sentindo enquadrada em todos esses significados, e se tem uma coisa que eu ODEIO é me sentir insegura. É ruim quando a gente sente que pode ser trocado, ou que somos menos que alguém em nossas qualidades. Especificamente, o que eu tô sentindo é um incomodo enorme, um medo horrível de que a pessoas que eu amo, olhe menos pra mim do que pra outra. Ou que a pessoas que eu desejo, deseje alguém que não seja eu. E não basta apenas afirmações e provas pra fazer com que eu me sinta diferente do que eu me sinto agora.A insegurança é na maioria das vezes, um sentimento muito destorcido. Quase sempre ela é baseada em outros sentimentos e pensamentos que são disfuncionais, muitas vezes criados por nós mesmo a partir de achismos ou suposições que inventamos em momentos mais desafiadores. Então, como lidar com esse sentimento?A resposta é que eu ainda não sei muito bem, mas quando me sinto assim procuro lembrar dos sentimentos e pensamentos seguros, dos quais eu tenho certeza e que estão estampados bem em baixo do meu nariz; Como por exemplo: - Eu tenho um relacionamento seguro, e um parceiro que nunca me deu motivos pra sentir desconfiança.- Eu sou uma mulher linda, com um corpo lindo e muito desejado. - Eu amo minha aparência, eu amo meu cabelo cacheado e ondulado, com as minhas luzes platinadas.- Eu amo meus valores, e sei que eles não serão corrompidos só por estar no mesmo ambiente com alguém de valores completamente diferentes. - Eu sou um mulherão da porra, e não preciso sentir ciúmes de coisas bobas.- Eu não posso culpar meu parceiro pelas atitudes de outros homens. - Eu não preciso sentir medo de coisas que não são reais.
Assim eu sigo o dia de hoje, tentando me lembrar cada vez mais dessas coisas e sentir cada vez menos insegurança. Eu sei que tudo vai ficar bem e que minha viajem vai ser incrível, inclusive eu estou ansiosa pra viajar e vou fazer outro texto falando só sobre a viagem, e sobre as expectativas que eu tenho pra ela

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

sessão 2

Hoje aconteceu a minha segunda sessão com a psicóloga, e por ser estudante de psicologia e ouvir tanto sobre isso eu estava com uma expectativa bem alta em relação a terapia. Embora tenha sido um pouco diferente do que eu esperava, eu gostei. Hoje eu consegui perceber de um jeito bem claro como eu me afasto das pessoas por medo de me afastar delas, basicamente. E pelo que eu entendi isso começou a muito tempo, desde quando eu resolvi entrar na faculdade rompendo um padrão familiar e ser diferente de todo mundo da minha família, então nesse momento eu passei a me olhar como diferente, e por medo de não ser amada por não ter identificação, eu me afastei. E isso acontece até hoje. Sair da casa dos meus pais é o maior exemplo que posso dar, porque quando precisei fazer essa transição, eu parei de estar 100% presente nos acontecimentos da minha antiga casa, e isso me fez sentir medo de não ser amada ou de ser esquecida, e com esse medo eu sofro porque quero pertencer onde não me cabe mais (pegando os problemas deles, e querendo saber de cada passo dos meus pais, ou participar de cada reunião e cada decisão deles), então quando sofro pra perceber isso eu quero me retirar ou me afastar completamente, pra evitar esse sofrimento, a acabo sofrendo mais ainda. É tipo um ciclo que se repete muito e em todas as áreas da minha vida. As amizades também são um bom exemplo porque eu já sofri muito por achar que a amizade com algumas pessoas tinha acabado só porque precisávamos nos afastar um pouco. 

Agora eu preciso trabalhar isso em mim, e deixar claro que não é porque eu não consigo ser onipresente na vida de alguém, que significa que não existe mais vínculos entre nós. Eu posso ficar chateada ou decepcionada, e não concordar com as ações das outras pessoas, mas isso não significa que eu precise cortar todos os vínculos afetivos entre nós. Eu acho que essa pode ser uma tarefa um pouco difícil, e talvez eu nem saiba por onde começar na prática. Talvez tentar me reaproximar das amizade que eu me afastei por não ser tão presente, ou talvez expressando para os meus familiares que mesmo não estando presente eu ainda quero ter o afeto da família.... isso me deixa um pouco confusa.

Embora eu não consiga saber exatamente como fazer isso, eu me sinto aliviada por conseguir observar isso, e estar procurando uma forma de mudar.

sábado, 9 de outubro de 2021

My baby:

 Eu sei que no começo ficamos assustados, e que em alguns momentos demonstramos insatisfação com a sua chegada... Mas eu juro que você é o que nós mais queremos na vida. 

Eu sei que não cuidamos muito bem de você quando decidimos brigar, e quando eu decidi fazer esforço físico, mas eu juro que se eu pudesse voltar atrás eu voltaria e tentaria me esforçar 10 vezes mais só pra não ter o sentimento de que você partiu.

Eu sei que talvez não fosse a hora certa, e que você veio só para nos transmitir alguma mensagem, mas eu juro que ainda não consegui entender muito bem qual era a mensagem, e que mesmo que não fosse pra você estar aqui, eu sempre vou sentir sua falta. 

Eu sei que o tempo entre nós foi muito curto, mas eu juro que o que nós sentimos por você foi gigante e vai ser eterno. 

Em apenas 4 dias você mudou muito dentro de nós. 

diário:

 Hoje eu não acordei me sentindo muito feliz, e eu não sei muito bem o porque. 

Essa semana não foi tão ruim pra mim. Eu fiz muitas coisas que me deixaram feliz. Eu consegui cumprir a minha agenda diária, eu cuidei do meu corpo, das minhas unhas e do meu cabelo. Eu produzi um ótimo relatório de estagio, minha ida a campo no estágio foi melhor do que eu esperava que fosse, eu cozinhei ótimas refeições, eu achei minha aliança que eu havia perdido há um tempo, eu comprei uma prateleira e uma mesinha para iniciar a montagem do escritório, eu tive uma noite com bastante prazer, eu fiz exercícios físicos a semana toda, eu fiz a minha primeira sessão de terapia... Então eu não deveria me sentir assim, certo? 

Errado.

Hoje eu acordei com lembranças e sentimentos ruins. Como por exemplo o sentimento de solidão. As vezes parece que eu conheço tantas pessoas mas não posso chamar ninguém de amigo. Eu sinto muita falta de ter uma amizade presente e frequente. Alguém para conversar sobre coisas sérias e aleatórias, alguém que venha até mim como eu sempre vou atrás das pessoas que eu acho que são minhas amigas. Alguém pra quem estar em minha companhia não seja algo forçado e nem difícil. Essa é uma das coisas que eu mais sinto falta. 

 Esse sentimento não vem só através da falta de amizades, mas também vem através da falta que as vezes eu sinto da minha primeira família. Depois que fiquei chateada com o assunto da viagem ninguém mais veio me procurar, e isso pra mim significa que sempre sou eu que os procuro. 

E eu também estou sentindo isso com a minha família de hoje. Essa semana eu senti uma grande diferença em algumas atitudes minha e dele. Lembro que as vezes que fiz café da manhã eu acordei com um beijo no rosto, sentada do lado dele e falando baixinho. E quando ele dorme no sofá eu acordo ele do mesmo jeito para ir pra cama. E ele me acorda me cutucando, e as vezes só me chamando sem nem chegar perto. As vezes parece que as coisas que mais divertem ele são o celular e os amigos. E eu juro por tudo o que é mais sagrado que eu não estou com ciúmes de nada. Eu só não tenho sentido reciprocidade em algumas atitudes. É muito difícil pra mim sentir que a coisa mais importante que eu possa oferecer seja o sexo, e é isso o que eu tenho sentido ultimamente. Toda hora, o tempo todo tem alguma caricia voltada pra vontade sexual, e eu não me sinto bem com isso, porque eu não quero ser só isso! E ele não entende quando eu tento dizer isso, porque se eu falo sobre isso ele se afasta e passa a nem me abraçar mais, parece que ele fala "se não tem sexo, então não vai ter nada"... e isso não me ajuda nenhum um pouco a lidar com aquela questão de sentir que eu preciso fazer isso por me sentir pressionada. Alias, ele não entende muitas das coisas que eu falo ou peço. Sempre parece que a gente ta disputando alguma coisa, e quando eu quero ensinar algo que eu sei ele sempre parece não dar crédito pras minhas palavras. As vezes eu não me sinto uma parceira, e sim uma pessoa inferior. Parece que ele mal consegue se divertir comigo. Desde quando passamos pela gravidez interrompida eu tenho tido muitos dias ruins e muitos sentimentos tristes, e o sexo tem sido algo muito difícil pra mim, eu tenho sentido mais dor do que prazer, e mais pressão do que vontade. E isso não é culpa dele, eu só queria um pouco mais de compreensão. Mas não aquela compreensão onde a pessoa diz que entende mas fica de cara fechada, e sim aquela compreensão onde a pessoa mostra que entende e que isso não vai mudar nada entre nós dois. 

Pra falar a verdade, em dias como esse eu me sinto um peso morto na vida de todo mundo. Eu nunca fui 100% segura, mas depois da gravidez parece que todos os meus defeitos e dificuldades se multiplicaram. Uma ou duas vezes eu senti uma coisa que me deixa apavorada e que eu não quero sentir nunca mais. Eu me vi pensando em formas de tentar contra a minha própria vida. Isso me deixa muito preocupada, porque eu sei que eu nunca teria coragem de fazer uma coisa dessas, mas os meus pensamentos não param. E eu sei que tentar suicidar e pensar "eu sou um peso pra todo mundo/eu não faço nada direito" é praticamente a mesma coisa, só que em instancias diferentes.

Colocar tudo isso pra fora é muito aliviante pra mim, embora não me mostre o que fazer pra que eu me sinta melhor. Eu juro que eu dava tudo o que eu tenho pra ter aquela chavinha mágica que faz tudo melhorar de uma hora pra outra. 

E eu sei que eu não vou desistir!

Hoje eu posso ter acordado mal, mas depois de algumas horas pode ser que eu volte a ficar bem. Pode ser que de 5 dias, apenas 2 eu passe por isso... e tá tudo bem, porque eu sei o quanto eu luto contra todos esses sentimentos. Eu sei o quanto a vida é linda, e eu sei todos os motivos que eu tenho pra poder me sentir feliz e orgulhosa de mim mesmo. E eu sei que eu tenho pessoas ao meu redor que fariam de tudo pra me ver bem e me ver feliz, e eu sou extremamente grata por essas pessoas. 

E pra encerrar um momento difícil eu sempre penso nisso: 

"Esforça-te e tem bom ânimo (...)"

Os 4 dias mais difíceis de 2021

 Dia 2 de Setembro (Quinta-Feira): 

Já faziam duas semanas que eu já estava sentindo dor no pé da barriga, e uma dor ENORME nos seios. Eu sabia que poderiam ser sintomas de TPM, mas a diferença é que se fossem, não teria durado tanto tempo. Então como sempre comprei meu teste. Eu já tinha feito um teste na semana anterior, mas ainda estava muito longe e eu não confiei muito. Então dessa vez fiz no tempo certo, aquele teste de até seis dias antes da menstruação. Era quinta de manhã e a primeira coisa que eu fiz depois de acordar foi ir pro banheiro e fazer aquele teste. Lembro que assim que o líquido subiu, apareceu um risquinho de positivo, beeeeem fraquinho. Imaginei que o risquinho ficou fraco porque ainda faltavam alguns dias para o dia da menstruação, que seria na terça. Então eu comecei a chorar, sem entender muito bem o que eu estava sentindo. Voltei para a cama e a primeira coisa que eu disse para o Diones foi: "Parabéns, papai." E depois disse eu chorei muito. É difícil de lembrar de tudo o que eu senti nesse dia, mas me lembro que senti muito medo e muita preocupação. Não sabia o que fazer, não sabia em qual médico eu deveria ir, não sabia nada... só sabia que teríamos um bebê e isso mudaria tudo na nossa vida. Decidimos não contar pra ninguém até ter certeza, e contaríamos na segunda-feira, em um churrasco em família. Então eu consegui passar o dia todo com a minha família sem contar pra ninguém. A Júlia acabou descobrindo pelo meu histórico de pesquisa que estava no not, então eu acabei confessando pra ela e ela prometeu que ia guardar segredo até o dia da surpresa. No mesmo dia a tarde, eu consegui ir até o laboratório fazer o exame de sangue. Como eu já imaginava dessa vez, o resultado foi positivo. Então a partir daí começamos a nos preocupar com o plano de saúde, com a organização das contas, com os médicos, e com tudo o que teríamos que mudar daqui pra frente. E assim foi o dia da nossa descoberta. 


Dia 3 de Setembro (Sexta-Feira): 

Me lembro que sexta foi um dia difícil e que eu me senti paralisada. É claro que não estávamos tristes, mas estávamos muito preocupados. O Diones beijava minha barriga de hora em hora, e fazia muito carinho. Estávamos felizes porque nós sempre acreditamos que tudo nos acontece na hora e no momento certo. Então se aconteceu, precisávamos confiar que esse era o momento e estávamos trabalhando pra isso. Em dia nossa cabeça consegue mudar tantos pensamentos, né?! Na Sexta já estávamos agindo como pais, e cuidando da minha alimentação, e fazendo muitos planos e fantasiando muitos desejos dessa nova jornada que iriamos enfrentar. Transitando sempre entre a felicidade e o medo, hora eu me pagava acariciando minha barriga como se ali estivesse meu bem mais precioso, e hora eu estava deitada me sentindo triste com uma enorme vontade de chorar. É importante contar que neste mesmo dia fui ajudar minha mãe a fazer uma faxina, e como eu ainda estava sentindo bastante dor, fiquei com muito medo, mas não achei que isso poderia me prejudicar e nem ao bebê.

E assim passou nosso segundo dia. 


Dia 4 de Setembro (Sábado): 

Neste dia fui até a casa da minha amiga visita-la e contar a novidade. Foi aliviante falar com alguém. Eu me senti muito tranquila e mais empolgada. Saí de lá com varias dicas e conselhos e já sabendo qual médico deveria procurar e tudo o que eu poderia ou não fazer. Depois, passei o dia fazendo lembrancinhas para entregar no dia do churrasco, anunciando a gravidez para nossas famílias. Em meio a toda empolgação ainda estávamos organizando as questões do plano e de outros médicos, até conseguimos chegar em um consenso. Estava tudo dando certo. A noite fomos ao aniversario de um amigo do Diones. Eu já estava levando muito a sério a questão da alimentação então só bebi suco. A noite foi bem agradável, conversamos e rimos bastante. No final da noite quando estávamos vindo embora acabamos brigando por motivos muito bobos. Chegando em casa eu só queria dormir pra não brigar mais ainda e acabar passando nervoso demais e correr o risco de acontecer alguma coisa mais séria. Mas o Diones não consegue dormir sem que a gente esteja em paz um com o outro. Então tentando acalmar as coisas acabamos promovendo um nervoso um pouco maior. E acabamos mesmo assim, dormindo sem estar em paz um com o outro. 


Dia 5 de Setembro (Domingo):

No dia do aniversário da Júlia decidimos fazer uma janta para comemorar, e eu decidi entregar a lembrancinha e contar a novidade depois de cantar os parabéns. No começo do dia já acordei meio nervosa com a briga da noite anterior, e muito preocupada. Tentamos conversar e resolver mas foi sem sucesso. O Diones saiu para fazer as entregas e eu fiquei sozinha. Tive uma pequena crise de choro, que embora pequena ainda foi bem forte, e depois tentei me distrair para não prejudicar o bebê com tudo o que eu estava sentindo, então decidi cortar as unhas do pé. Quando cortava a unha, senti algo quente descendo para a minha calcinha, então coloquei a mão e quando tirei ela estava cheio de sangue. Um sangue bem claro e vivi. Nesse momento eu entrei em choque. Acho que o choque foi tanto, que meu nariz também começou a sangrar (!?)... Então mandei mensagem para o Diones, continuei chorando muito, me lavei e coloquei absorvente. Mesmo assim não parei de sangrar. Ficamos muito preocupados, o Diones com a mania dele fez várias pesquisas no google e tentou me tranquilizar; eu mandei mensagem pra Mariana e ela também me tranquilizou um pouco, mas eu ainda não estava me sentindo completamente segura. Chegou o aniversario e meus pais chegaram aqui em casa já com um clima ruim porque teriam brigado. Comemos, cantamos parabéns e eu entrei as lembrancinhas, todo mundo me abraçou e parabenizou, e no fim da noite o assunto foi só esse. Quando contei do sangramento todos ficaram muito preocupados, de verdade. Meu pai até pediu para que fizéssemos uma oração antes de eles irem embora. Eu fui dormir com bastante medo e preocupação.


Dia 6 de Setembro (Segunda-Feira):

Na segunda de manhã o Diones saiu para trabalhar. Eu voltei a dormir. Acordei com uma vídeo chamada dos meus pais preocupados com o sangramento e concordei em ir até o Pronto Atendimento com eles. Chegando no pronto atendimento meu sangue foi coletado, e eu tomei soro e medicação para a dor na barriga que havia aumentando desde o dia anterior. Quando chegou o resultado do exame de sangue a médica me chamou e deu a noticia: 

"O resultado do exame de sangue deu negativo."

Nessa hora eu estava sentada na cadeira de frente para a médica e minha mãe em pé ao meu lado. E meu mundo desabou. Eu me senti triste, com medo, e culpada. E ali eu chorei muito, foi um silencio eterno onde só dava pra ouvir o meu soluço, e minha mãe dizendo pra eu ficar calma. E isso durou a manhã toda. Depois veio o momento de compartilhar esse sentimento entre mim e o Diones, e isso foi outro momento triste. Todos os dias dali pra frente foram tristes de alguma forma. 



Alguns dias depois, em uma visita a minha médica particular, ela confirmou o que meu coração nunca havia deixado de sentir. Eu estava grávida de poucas semanas sim, e eu perdi. Mas embora isso tenha acontecido, ela me tranquilizou realizando alguns exames e informando que meu corpo está saudável e o que aconteceu foi algo inesperado, que não foi culpa do meu corpo.  

sábado, 11 de setembro de 2021

diário.

 Depois de quatro meses, cá estou novamente! 

Tenho inúmeras coisas e pensamentos pra colocar em ordem, tira-los da minha cabeça e transforma-los em palavras, pra quem sabe assim me livrar do peso que é carregar tudo isso aqui dentro.

Depois de muita preparação finalmente meu apê ficou pronto e já estamos morando juntos. Também estou terminando os infinitos e cansativos estágios da faculdade, e justamente por conta disso não estou trabalhando. O meu "bico" de babá simplesmente foi pelos ares (o que eu já esperava), então meus últimos dias tem sido de descanso exagerado. Apesar de todas essas coisas rotineiras, ainda tem as coisas que acontecem e que eu não esperava que acontecessem né...como por exemplo: ficar grávida e depois não estar mais grávida, brigar por me sentir insegura e com a auto estima no chão, me preocupar demais e tentar resolver todos os problemas das pessoas ao meu redor, enfim...

Os sentimentos que eu tenho sentido nos últimos dias são: impotência, incapacidade, culpa, fraqueza, auto estima zerada, insegurança, pensamentos negativos em excesso, falta de vitalidade.... basicamente tenho me sentindo apenas existindo ao invés de vivendo. Mas, estou me esforçando pra me distrair bastante, principalmente vendo séries, e me esforçando pra tentar colocar meus pensamentos em ordem, e conseguir fazer todas as coisas que eu planejo. 

Bom, esse é o básico. Ainda vou escrever detalhadamente sobre as coisas que são mais difíceis pra mim. E pra finalizar vou relembrar a frase que meu pai me mandou uma vez quando eu estava passando por um momento difícil, e que sempre me faz lembrar que eu não devo desistir, porque não estou sozinha:


Não te mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares.

Josué 1:9

sábado, 29 de maio de 2021

diário:

 Eu fiz uma postagem aqui embaixo 👇 com um trecho de um livro sobre ansiedade que meu noivo me deu, esse trecho fala especificamente sobre o transtorno do pânico, e eu decidi postar o trecho antes porque queria escrever sobre como tenho me sentido nos últimos dias, e essas duas coisas estão muito ligadas.

Nos últimos dias eu não tenho me sentido muito bem. Hoje, especificamente, eu estou me sentindo um pouco melhor porque ontem o Diones me ajudou a ter uma noite bem legal, fizemos coisas que amamos e nos divertimos muito. Ele tem sido maravilhoso pra mim. É a pessoa que mais sabe me ajudar nos meus momentos ruins, e também a pessoa em quem eu mais confio e me sinto confortável pra poder expressar as coisas que eu sinto.

Ele ficou do meu lado a semana toda.  Nos dias anteriores eu me senti muito mal. 

A dois dias eu comecei a sentir uma pressão no peito, que da a impressão de que eu não estou conseguindo respirar bem. Eu não consigo entender se essa pressão é alguma coisa relacionada a ansiedade ou outra coisa do meu emocional, ou se é aquela pressão que é um sintoma grave da Covid-19. Essa falta de certeza de ser um ou outro esta me corroendo. Obviamente eu prefiro que seja a ansiedade, porque se for um sintoma grave de Covid eu vou ter que ficar internada e passar por todo o terror de ter que usar respiradores e tal, e na minha cabeça isso só pode acabar em algo ruim, porque muitas pessoas estão morrendo.

Por outro lado, pode sim ser um sintoma da ansiedade ou de uma crise. Nos últimos dias eu passei por situações muito desafiadoras. Estou fazendo o segundo tratamento de candidíase em duas semanas, porque novamente essa bactéria indiscreta resolveu me atacar assim como ela faz TODO ANO. Com isso, vem meu psicológico todo abalado por não saber de onde vem essa doença, e por não estar conseguindo transar. 

- "CARALHO, VOCE GOSTA TANTO ASSIM DE SEXO?"

Não, eu não sou nenhuma ninfomaníaca. É que quando eu fico muito tempo sem poder transar eu fico preocupada com o que o Diones está sentindo. Se ele está de boa, ou se ele está com muita vontade, ou se ele acha que eu não quero por vontade mesmo, tenho até medo de que ele procure outras formas de se realizar e não ficar mais comigo pela falta de sexo.

- "MAS ENTÃO SEU NOIVO É UM ESCROTO!"

Nãaaaaao, com certeza não. Ele NUNCA disse essas coisas pra mim. Muito pelo contrario, ele sempre diz que esta tudo bem, e me ajuda com o tratamento e se preocupa, e continua tentando me dar prazer pra eu não pensar essas coisas. Ele diz que me dando prazer já é o suficiente pra ele. Esses pensamentos que eu tenho, são medos que me deixam muito mal, e que brotam na minha cabeça como mato brota em terreno vazio. 

Outra coisa que me deixou mal foi que brigamos por um motivo muito bobo semana passada, e como estávamos meio bêbados, nós passamos um pouquinho do ponto e eu deixei ele muito mal. Eu também estava mal, mas ver ele chorando me despertou sentimentos muito ruins. Quando eu vejo meu noivo chorando em uma conversa nossa, passam milhares de coisas pela minha cabeça. Eu fico pensando que ele vai terminar comigo, que vai me mandar embora, ou que vai sair e me deixar sozinha, ou que vai dizer coisas horríveis como que não me suporta mais, ou que eu estou matando ele aos poucos, ou que eu sou tão ruim que estou sendo abusiva com alguém que me ama, ou que ele já não me ame por conta do meu jeito e não esteja mais aguentando disfarçar.... Essas coisas passam TODAS pela minha cabeça em um tempo de 2 minutos, e eu fico arrasada, a vontade de chorar só aumenta, até vir pensamentos piores.

Também nessa semana, depois da briga e da candidíase, foi nosso aniversario de 2 anos. Como eu já estava muito grilada com aquele assunto do sexo e de não conseguir transar, eu fiquei muito tempo pensando em como seria nossa noite. Eu até que estava com vontade de tentar, e de pelo menos conseguir agrada-lo. Eu praticamente me "cobrei" o dia todo sobre como a noite deveria ser. E não foi nada como eu tinha planejado. Foi maravilhoso, porque ele me fez uma surpresa linda com a flor e o chocolate que eu amo, e depois nós brindamos um copo de Whisky e pedimos pizza, e tudo isso sentados sobre pétalas de rosas e assistindo a reunião do nosso apê que esta quase liberado... Foi tudo perfeito e muito gostoso. Era pra ter sido bem mais gostoso se a minha cabeça não tivesse focada no medo de não conseguir transar e estragar tudo por isso. Realmente não conseguimos. Como ainda não terminei o tratamento estou sentindo bastante dor, e por conta da decepção dentro da minha cabeça, eu não consegui senti prazer de jeito nenhum depois. Minha vontade era só chorar e entrar num buraco. Apesar de termos ido dormir bem nesse dia, com muitos carinhos e abraços (sim, ele sabe muito me deixar bem) esse assunto ainda continua na minha cabeça.

Fora os acontecimentos aleatórios, tem as coisas que me preocupam diariamente né, e que me deixam ansiosa ou estressada. Como por exemplo, a entrega das chaves do apê, as compras dos moveis e eletros, a ansiedade de mudar logo, os estágios da faculdade, a combinação do horário de estagio com o trampo, o medo de sair da casa dos pais, os stresses diários com a família, a preocupação com a vida financeira, a cobrança por querer fazer sempre mais em tudo e não conseguir, o medo de estar doente ou morrer, a cobrança de que eu devo ficar sempre bem, a cobrança por não me alimentar bem, não fazer exercícios, tudo isso são pensamentos diários da minha cabeça. 

Teoricamente, eu devo estar passando por um transtorno de pânico com todos os sintomas e sinais possíveis. O que em 2017 era só uma crise que acontecia em momentos de extremo nervoso, têm acontecido com muita frequência nos últimos dois anos. Eu ainda não sei muito como fazer pra curar isso (sem ser a terapia), mas eu tenho uma teoria de como tudo isso começou a ficar frequente. Mas como já escrevi bastante, vou deixar pra contar essa parte no próximo diário!



(UFA!!!!)

TRANSTORNO DO PÂNICO:


"

Um ataque de pânico pode ser caracterizado por uma crise absurdamente intensa e desgastante que pode durar até mais de uma hora, em casos mais raros. Normalmente ela demora de 10 a 20 minutos para atingir o seu pico e pode aparecer sem nenhum motivo aparente, simplesmente DO NADA.

Uma pessoa que está tendo esse tipo de crise, durante tal momento foca exclusivamente nas suas próprias sensações corpo-mente. Durante esse momento a pessoa vivencia o MEDO DO MEDO... A pessoa foca em uma sensação corporal presente em seu corpo como, por exemplo TAQUICARDIA, sente medo disso e assim ela já associa a algo mais sério como um ataque cardíaco... Isso faz a ansiedade do momento se intensificar ainda mais e outras sensações começam a surgir... Com isso a pessoa sente mais medo dessas novas sensações, e isso acaba intensificando continuamente a crise até chegar ao seu limite.

Alguns medos e pensamentos extremamente comuns durante um ataque de pânico:

- Medo de morrer

- Medo de enlouquecer

- Medo de desmaiar

Esses são os mais comuns, e quase que “exclusivos” desse tipo de ansiedade. No entanto, são muitos outros sentimentos, pensamentos e comportamentos extremamente desconfortáveis que acompanham uma crise de pânico. Você sente a sensação de que nunca vai sair daquilo. É simplesmente horrível.

Parece que você acabou de sair de uma guerra quando tudo vai se passando. É importante lembrar que quando você teve apenas uma crise, não significa necessariamente que você convive com o TRANSTORNO DE PÂNICO, visto que alguém que possui o transtorno convive com essas crises constantemente. Se você experimentou isso uma ou duas vezes, você apenas teve algumas CRISES DE PÂNICO. Mas ainda assim já deve buscar algum tipo de ajuda para que ela não volte mais forte da próxima vez.

"

Livro: Não Desista de Lutar, do Projeto: Ansiedade Pensante

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Diálogos

 Hoje eu escrevi o seguinte texto:

"Eu sempre tive vontade de ser forte como minha mãe, mas também sempre tive muito medo de ter os mesmos "defeitos" que ela. Hoje, eu não me sinto feliz porque enxergo somente herança das características que eu acho negativa, e isso era o que eu mais temia. Então vou falar um pouco sobre como eu vejo minha mãe...

Minha mãe teve que aprender tudo muito cedo, engravidou com 17 anos sem ter nada na vida, nem casa, nem emprego, nem formação, nada. Ela já estava junto com meu pai quando engravidou, mas isso não facilitou muito a vida dela. Eu não sei como foi pra ela ser mãe tão cedo, nunca conversamos sobre isso. O que eu sei que ela sofreu, eu sofri junto com ela. As surras que ela levou do meu pai quando ele usava drogas. As noites que ela passou acordada esperando ele chegar em casa. As noites que ela passou sozinha com as filhas em casa. As vezes em que ela foi assediada pelo padrasto ou pelo patrão, sem contar outras vezes que ela pode não ter me contado. As palavras duras que ela ouviu a vida INTEIRA, e teve que se virar pra lidar com isso. As humilhações que ela já passou, pra poder oferecer uma vida confortável pra nós... 

Tudo isso e muitas outras coisas fizeram da minha mãe uma mulher desequilibrada, que não sabe lidar muito bem com as emoções mais desafiadoras. Minha mãe teve depressão, e em algumas crises ela ligava pro meu pai de madrugada dizendo que não estava conseguindo respirar, e chorando muito. Ela não falava isso pra mais ninguém, só pra ele. Ela viveu a depressão dela sozinha. Meu pai viajava nessa época eu eu posso imaginar como foi horrível passar por um momento assim, sabendo que fora do quarto tinham as filhas para serem cuidadas, a casa, o trabalho... 

Minha mãe sempre mudou de humor muito rápido, de dia ela parecia muito feliz, e a noite ela era a pessoa mais nervosa do mundo. Isso ainda acontece, de uma hora pra outra ela muda de humor como se tivesse mudado de personalidade. Minha mãe é uma mulher forte, mas ela não bate de frente com as coisas que fazem ela sofrer. Minha mãe não tem disciplina financeira. Minha muitas vezes não conseguiu controlar os gastos e como uma compulsiva gastou bem mais do que poderia pagar. 

Quando minha mãe fica triste ou nervosa é muito evidente, tudo nela muda. Ah, ela também não se posiciona muito quando briga com meu pai... Parece até que ela se omite, não sei por qual motivo. 

Apesar de todo o desequilibrou emocional e o sofrimento, pra outras coisas minha mãe sempre foi uma mulher muito forte. Ela educou 4 filhas mulheres que são sensacionais. Ela pariu 4 crianças por parto normal, e eu nunca vi arrependimento no olhar dela em relação a isso. Minha mãe sempre trabalhou muito. Em um período de quatro anos mais ou menos, ela acordava às 4 da manhã e ia trabalhar de bicicleta, no frio, do outro lado da cidade. Ela já foi doméstica, e eu nunca ouvi ela reclamando sobre isso. Minha mãe trabalha MUITO, ela não reclama, ela não tem preguiça. Eu admiro muito isso. 

Minha mãe tem um coração muito bom, ela costuma pensar mais nas pessoas do que nela. Ela sempre faz de tudo pra resolver os problemas de alguém que ela ama. Minha mãe não guarda rancor das pessoas, ela sabe perdoar. E quando ela quer ajudar alguém, ela faz tudo o que pode. Ela é uma guerreira. Eu admiro ela mais que qualquer outra mulher no mundo. Mas mesmo admirando tanto, eu sempre senti medo de me sentir como ela as vezes. De me sentir insegura como ela, desequilibrada sem saber lidar com as emoções, medo de ser uma mulher omissa, e de não ter estabilidade emocional.

Eu, assim como a minha mãe, sinto que eu não tenho estabilidade emocional, porque muitas vezes eu nem entendo porque eu fico tão mal por coisas tão pequenas. Eu sinto que as vezes é muito difícil de lidar com alguns sentimentos. Eu tenho muito medo de passar pelo que minha mãe passou, sabe, por eu ter vivido tudo isso de ruim junto com ela. Quando eu sinto meu peito pressionado, e vontade de chorar, passa muito pela minha cabeça que a depressão está perto, porque minha mãe teve, e eu também vou ter. É claro que isso não é uma regra. Mas, minha mãe sofreu muito e nuca cuidou desse sofrimento, ela nunca cuidou dos sentimentos, da alma e do coração. Eu, sofri muito como a minha mãe, e pelos mesmos motivos que ela, e eu sinto que não estou conseguindo me cuidar, porque isso some as vezes mas sempre volta. Então é por isso que eu imagino que vou passar pelo mesmo que ela. 

Hoje, eu não consigo olhar pras minha qualidades tão bem como eu olho as qualidades da minha mãe. Acho que isso mostra que eu também me coloco em segundo lugar quando se trata de outras pessoas. Eu penso muito nos outros, sempre. Mesmo que eu não externalize eu sempre penso em como os outros vão se sentir, no que eles vão pensar, no que eles vão dizer, e a minha conduta as vezes é baseada nisso. Isso não significa que eu não tenha opinião própria, eu tenho. Muitas vezes eu faço sim o que eu quero, mas não deixo de pensar no que os outros vão achar. 

Eu tento muito, me livrar dessas heranças, e desses sentimentos ruins. Mas eu acho que não estou tentando o suficiente. 

Quando eu estou bem, eu fico muitos dias sem sofrer nada disso. Mas quando esses sentimentos vão surgindo, parece que eu estou em sofrimento intenso por meses, mesmo que dure apenas alguns dias. É muito intenso. 

Eu tenho vontade de fazer terapia, de praticar exercícios físicos, de praticar um esporte, de me dedicar a um hobby, mas me falta impulso e disciplina. Quando eu tento começar eu perco a vontade bem rápido, e as vezes eu perco o ânimo até mesmo antes de começar. 

A verdade é que as vezes eu nem sei por começar a organizar toda essa bagunça. A única coisa que sei e tenho certeza é de que eu não quero mais isso. Eu não quero ser uma mulher de 40 anos que guarda as coisas pra si e fica triste por motivos bobos, e que não ataca quando é atacada. Eu quero ser diferente, eu quero me ver nas qualidades dela, e não nos defeitos."


E eu mandei esse texto pra uma das pessoas mais importantes da minha vida (não minha mãe, claro), e a resposta foi uma das respostas mais lindas que eu poderia ler. Por isso vou postar aqui, pra pode guardar e ler sempre que eu precisar dessas palavras outra vez:


"Você não é uma pessoa triste, não fala isso :/ 

suas emoções só são/estão, mais agudas que o "normal", e isso talvez não seja um defeito, por outro lado isso é uma qualidade, quando você ta feliz você ta muuuuuito feliz e o mesmo acontece quando você fica triste, você é intensa! 

A parte ruim eu tenho certeza que você vai aprender como melhorar, até porque como no exemplo da sua mãe ela tinha/teve uma vida infernal com todos esses problemas, você não, você tem 24 anos, não teve nenhum filho no momento errado, ta terminando sua faculdade, pra trabalhar com oque você gosta, você tem uma pessoa que daria tudo pra te ver sorrir, você tem um noivo que tem os mesmos sonhos que você e que está disposto a cuidar e te proteger por toda a sua vida, você vai casar e morar em uma casa que você vai chamar se sua, com os móveis e tudo o que tiver nela do jeito que você gosta, sem contar as outras milhares de cosias boas que acontecem e vão acontecer na sua vida.

Ontem você ficou triste, mês passado também é daqui 20 dias você vai ficar de novo mas a gente vive um dia a pós o outro e HOJE você é FELIZ! amanhã? Deixa vir, deixa vir, que você tem a mim pra cuidar de Você te proteger"

segunda-feira, 3 de maio de 2021

diário:

  Eu pensei bastante hoje, e conclui que realmente preciso voltar a ter algumas práticas que vão me ajudar mentalmente. E uma delas é escrever aqui frequentemente, então cá estou!

Hoje meu dia foi tranquilo, acordei bem ansiosa para o minha primeira entrevista no estágio de Psicodiagnóstico, fiquei com a Ana na parte da manhã, e depois do almoço fui até a faculdade para o estágio. A entrevista realmente me deixou muito empolgada. Quando terminamos, parecia que eu tinha me renovado como pessoa, fiquei muito feliz e me sentindo muito satisfeita como pessoa.

Agora a noite fiquei um pouco mais irritada, porque:

1º - É MUITO DIFICIL TRABALHAR NO NOTBOOK DEPOIS DE 24 ANOS USANDO COMPUTADOR!!!!!!!! (Eu estou extremamente irritada com esse teclado)

2º - O ITES é SIM a pior faculdade do mundo quando se fala em organização! Estou tendo conflitos de horários com os estágios que estão na minha grade. Pois é.... como conseguiram dar conta de me colocar em dois estágios que acontecem no mesmo dia e no mesmo horário???? coisa que só o ITES sabe fazer. Já mandei mensagem para aminha coordenadora, e ela vai tentar resolver isso. Tomara que Deus me ajude.

3º - Estraguei meu login do Gmail por culpa da faculdade e da minha falta de habilidade com logins. Agora não consigo desfazer esse estrago e, pra ajudar não consigo acessar algumas salas do google porque não tenho a porra do e-mail escolar que o ITES inventou de fazer.


Eu não sei se tento me acalmar e finjo demência, ou se jogo tudo pro alto e choro. Só sei que já estou pressionando tanto os dentes de raiva, que estão começando a doer como se eu tivesse mascando chiclete por duas horas seguidas. 

Espero do fundo do meu coração que amanhã seja um dia com mais resoluções.


terça-feira, 20 de abril de 2021

Diário.txt

 Como sempre, eu só apareço por aqui quando tenho saudade ou necessidade de escrever. A vida nem está tão corrida, para que eu possa usar a correria como desculpa. A verdade é que eu me apego a coisas superficiais ao invés de me apegar nessa prática que me faz tão bem. 

Bom, vamos atualizar! 

Meus cinco anos de aula acabaram e ao invés de sentir alívio em relação a isso, eu tô sentindo somente desespero (como já era de se imaginar). Mas mesmo as aulas terminando eu ainda não estou formada por que ficaram os estágios que eu havia trancado no quarto e no quinto ano. 

Esses estágios tem sido uma tortura porque a pandemia têm dificultado tudo, e por causa disso a maioria deles ainda nem começou. Eu estou tendo apenas uma supervisão por semana, sendo que eu deveria estar fazendo umas seis. É muito difícil esperar no escuro, então essa demora e essa incerteza em relação aos estágios me deixa muito perturbada, principalmente por eu ter saído do trabalho para poder me dedicar a eles.

Ter saído do trabalho: não me arrependo e nem sinto falta. O lugar onde eu trabalhava não era muito admirável, então pra mim esse não foi um problema. Sinto que não foi algo que me prejudicou mentalmente, sabe. Quando eu saí, eu passei muito nervoso porque eles dificultaram muito a minha saída passiva, mas mesmo assim me sinto feliz em lembrar que eu não me deixei abalar. Inicialmente o plano era eu não trabalhar para me dedicar somente aos estágios da faculdade, mas logo me apareceu uma vaga de estágio em uma escolinha infantil. Se eu fui? Eu até fui, mas não fiquei! Hahahahaha esse sonho foi do céu ao inferno em dois dias. Foi uma das minhas piores experiências.

No momento sendo babá, cuidando da filha de uma amiga. Eu não ganho mais do que eu ganhava trabalhando na loja, mas é um emprego confortável, porque eu consigo fazer meus corres, e ainda ganhar uma graninha pra cuidar e brincar com um ser humano de cinco anos de idade. Então, em relação a isso eu me sinto super bem! 

Agora sobre o outro lado da vida: família, relacionamento, casamento, e amizades.

Família: eu sofro quase todos os dias por sentir falta e por saber que estou cada vez mais distante da minha família. Isso não significa que eu queira viver na casa da minha mãe pra sempre, mas esse sentimento de perca é inevitável pra mim.

Relacionamento: meu namorado/noivo é sempre maravilhoso comigo, é um parceiro incomparável que faz com que eu seja uma pessoa melhor. Eu amo a relação de troca que temos, e nunca me arrependi de estar ao lado dele. Claramente a gente discorda em algumas coisas e muitas vezes brigamos por coisas bobas, mas isso faz parte do nosso crescimento, porque tudo isso é novo pra nós dois. 

Casamento: Minha ansiedade diária. Não o matrimônio em si, mas a entrega das chaves do nosso apartamento, a compra dos móveis, a reforma... Eu me sinto muito ansiosa com tudo isso. Sinto que onde estou agora, não é onde eu pertenço.

Amizades: sinto que não tenho! Embora eu chame muitas pessoas de "amiga", quando eu sinto vontade de ver uma amiga, eu só consigo lembrar de uma. Eu sempre tive muitas amizades, e isso é uma coisa que me faz muita falta. Infelizmente eu não acho que isso vai mudar só pela minha parte, porque pra uma amizade existir e se manter precisa-se das duas partes. As vezes bate a maior bad e eu me sinto uma pessoa horrível daquelas que não tem amigos porque não merece. Mas esses sentimentos não são tão frequentes.

Bom, faltou falar sobre o assunto mais importante: eu. Como eu tenho me sentido, meus medos, alegrias e anseios. Mas acho que já escrevi bastante por hoje, entao vou deixar essa parte para o próximo texto.